segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Resenha: Tatsunoko vs Capcom

Por Matheus "White" Carvalho


Vou ser bem franco com vocês (ou você, se considerarmos a popularidade de um novo blog...): eu tive grande dificuldade de escolher qual seria o jogo digno de meu primeiro review. Eu tentei escolher algo simples, afinal, tinha que considerar que se eu escolhesse alguma série clássica, eu ia me empolgar muito e a matéria (uau! já me sinto um profissional) saíria demasiada longa e vocês já iriam começar a me odiar antes mesmo de eu dizer o quanto eu odeio um CERTO jogo (vD me proibiu de falar qualquer coisa a respeito para não afastá-los ainda).

Então! Essa semana eu vi o video de gameplay de Marvel vs Capcom 3 e eu fiquei excitado. Não! Sério! Fiquei excitado de verdade! Parecia uma garotinha de 9 anos gritando pelo sala e balançando as mãozinhas dizendo "Ai caramba! Ai caramba!". Naturalmente, eu precisava aliviar toda essa tensão acumulada, foi nessa hora que me bateu uma luz que eu deveria fazer o meu primeiro review com alguma coisa relacionada a série de Crossovers da Capcom.

E, como o vD rejeitou a minha primeira idéia, devo seguir o meu plano B:

TATSUNOKO VERSUS CAPCOM!



Um golpe inesperado

Para mim esse jogo foi um verdadeiro combo de surpresas. Eu me lembro bem que descobri esse jogo por meio de uma comunidade do orkut. Na época, eu achei que nem ia vingar, seria ruim para caramba e só iria lançar no japão. Claro, eu só pensei nisso porque eu ainda não tinha o Wii, e como é natural do ser humano, eu desdenhava todos os lançamentos dos consoles que eu não podia comprar.



Até que eu vi screens! Eu vi vídeos! Vi anúncios! Vi o Viewtiful Joe como personagem jogável! E, claro, ganhei um Wii novinho! Se isso não for o suficiente para animar alguém, não sei mais o que é.

Enfim, o jogo saiu e após muita dor de cabeça, consegui por minhas mãos nele e me trouxe muita alegria. E, com um ultimo hit de surpresa, o jogo é a anunciado que seria lançado fora de terras japonesas.

De repente, eu fiquei feliz.

Dimensões Cruzadas



A história é mortalmente simples: Uma entidade dumau começou a bagunçar o tempo e espaço (já perceberam como esses dois termos são sempre usados juntos?) e assim, as diversas dimensões se confundem, e cabe aos heróis de cada mundo eliminar a ameaça.

...Igualzinho a quase todos os crossovers existentes. Mas ok, eu admito que estou sendo chato, o legal de crossovers não é história, mas sim a interação dos personagens que em circunstâncias normais não se encontrariam.

E, nesse ponto, Tatsunoko vs Capcom faz bastante bonito, inclusive, existem alguns personagens que você fica em dúvida se são da Capcom ou da Tatsunoko.

Fórmula velha, roupagem nova



É com muito orgulho no coração que digo: O gameplay é exatamente o mesmo de todos os crossovers da Capcom.

Para os que nunca jogaram a série de crossovers da Capcom (argh, essa pessoa não pode existir!), o gameplay é simples e não há muita combinações de botões, golpes poderosos podem ser executados sem muito esforço. Alguns podem achar que isso estraga um pouco o gameplay e que facilita muito a vida de novatos que podem usar especiais com o simples aperto de um botão. Mas, para mim, o segredo no gameplay está em saber utilizar os golpes e sequências nos momentos corretos.

Se você for um bestão e ficar soltando Shinku Hadoukens o tempo todo, logo ficará manjado, bloqueado e surrado.

Então, apenas reafirmando: TvC apenas re-utiliza esse conceito maravilhoso, mas em um belo gráfico 3D. Simples e nos deixa com uma forte sensação que já deveria ter sido feito antes... (eu estou olhando para você, Capcom Fighting Evolution).

Um ponto novo no gameplay, no entanto, é o fato de ter um terceiro especial que gasta 3 ao invés de 1 uma barra de energia, esse golpe é relativamente mais difícil de se pegar, no entanto, é mais forte.

Ah, algo interessante. Se você usar o Nunchuk, os botões serao similares a Super Smash Bros. A para golpes comuns e B para os especiais, a combinação deles com o direcional determinará o golpe que você quer. Já no Classic, será o bom e velho estilo que todos já conhecemos.

Com o Wiimote fica tudo mais fácil, mas o Classic traz o dinamismo indispensável para esses jogos. Você escolhe.

Fato inútil: Aqui em casa, a cada contra que tiramos, trocamos os controles só para que ninguém ponha a culpa nele por ter perdido (não que eu não faça assim mesmo).

Diferenças entre as versões

Deixe-me falar uma coisa: A simples existência de uma versão americana já é, por si só, uma vitória para todos nós, os fãs.

Papo Sério, a Capcom não tinha intenção de trazer esse jogo para o ocidente por dois motivos: Primeiro que muitas das séries da Tatsunoko nem vieram para cá, e, as que vieram, nem fizeram tanto sucesso assim e, segundo, que a Tatsunoko só tinha os direitos autorais sobre os personagens em terras nipônicas. Se a Capcom quisesse usá-los na America, teria que pedir autorização para diversas empresas, ou seja, muito tempo e dinheiro seria necessário para se fazer.

MAaaaaaaaaas, o jogo criou uma verdadeira legião de fãs dentro e fora do Japão. As pessoas fizeram passeatas, deram as mãos e se uniram para nossa querida Capcom lançar esse jogo americano. Viu só? Aquelas petições que pipocam no orkut podem até dar certo, as vezes.

Enfim, Capcom atendeu o apelo de todos e lançou esse jogo na America!

Mas com alguma mudanças... algumas foram ótimas, outras nem tanto.

Em primeiro lugar, um personagem foi retirado, visto que não conseguiram a autorização. Mas eu sinceramente considero esta enquadrada na primeira opção de mudanças.

O mais notável foi a adição de 5 novos personagens. Do lado da Tatsunoko, temos mais um personagem do G-Force, o que é ótimo, visto que esse é a única série que a maioria conhece da Tatsunoko; Yatterman #2, que é.... meh; e Tekkaman Blade, que... ah, procure uma foto dele no google e já vai ter motivos suficientes para ver que foi uma ÓTIMA idéia colocá-lo.

Mas o ponto forte está no lado da Capcom ao adicionar FRANK WEST E O ZERO!

CARA! É O FRANK WEST!

E O ZERO!

Sério, eu nem consigo falar o quanto isso me emocionou...

Tá! A outra atualização boa foi a adição de dois novos modos. Um on-line (o que é muito legal!) e um de shooter mini-game (que é... legalzinha... é, legalzinha).

Mas nem tudo foi assim tão bonito.

Houveram mudanças que me desagradaram... e muito. Primeiro, a entrada. Sério, de quem foi a idéia de trocar aquela entrada tão legal?! Veja por vocês mesmos a comparação achada no Sr.Youtube:



É nessas horas que aplicamos o facepalm.

Outra, nos endings dos personagens, na versão japonesa, rolava um pequeno trecho em anime! Muito legal, né? Mas na versão americana rola apenas 3 quadros de animação com um texto narrando o que está acontecendo. Digo, alguns endings eram bem curtinhos e só mostravam o personagem lutando ou sei lá, mas outros no mostravam um exército de Mini-Chun-Li-Robôs-Explosivos ou participações especiais inesperadas como Rei Arthur ou o Baby Commando! Claro, eles ainda aparecem na versão americana... mas vê-los em anime é sempre mais legal do que ver só uma imagem.

Se eu não me engano... a versão japonesa tinha também uma pequena "bio" dos personagens no gallery. E, cacete, isso seria uma mão na roda na versão americana visto que não conhecemos nada sobre os personagens da Tatsunoko.

Mas eu acho que a mudança que mais me chateou foi quanto a trilha sonora. No original, os estágios não tinham música fixa, e sim os personagens! Era uma tirada MUITO legal, imaginem só: Você está com Ryu, tomando uma sova maestral de Alex e Batsu. Então, sua única opção é trocar para seu outro personagem. Você se desmotiva, afinal, ele também está fraco... mas não tem outra escolha e troca.

...Tan taaan TAAAAN!

A sua música tema começa a tocar! Você se enche de orgulho, força e determinação!!! VOCÊ é a última esperança de todos! VOCÊ NÃO TEM OUTRA OPÇÃO SENÃO VENCER! Você logo gasta todas as suas barras de especiais, varre os dois inimigos sozinho e corre para o abraço.

Ou algo do tipo.

Enfim! Na versão americana - por algum motivo ainda desconhecido para mim - eles deixaram como sempre foi, uma música para cada estágio mesmo... e, não sei se estou sendo imaturo, mas as músicas originais eram mais cativantes.

A música da Roll era tão legaaaal...

Ah! Outra coisa: Eles mativeram a dublagem original. O que é bom, né? Errado. Não bom.

Na verdade, é pura bichisse de minha parte, digo, dublar tudo seria um trabalho a mais e que todos os fãs com certeza iriam reclamar. Mas, caramba! Eu queria MUITO ouvir Dee Bradley Baker fazendo o Viewtiful Joe de novo!

E qualquer coisa que me negue a ouvir a voz de Baker é algo que me deixa furioso.

E você não vai gostar de me ver furioso.

Seleção dos campeões



O que torna um crossover legal é a seleção dos personagens pelas produtoras que estão "em confronto". E digo com convicção que nesse ponto nunca fomos decepcionados pela Capcom.

Vou começar falando do lado da Tatsunoko. Heróis em trajes que lhe garantem super-poderes. Isso já dá uma introdução a quase todos. Mas, para ser sincero, você vai acabar curtindo alguns deles e é capaz de ir na internet para buscar informações a respeito desse herói que você provavelmente não conhecia.

Para ser bem sincero, de todos eu só conhecia o pessoal da G-Force, o Tekkaman (que é um dos melhores personagens em um dos milhares Super Robot Taisen) e o Casshern. Alias! Casshern Sins é legal pra caramba! Eu sei que o Casshern do jogo é baseado no original e não na versão do Sins, mas mesmo assim eu não posso deixar de escolhê-lo como favorito do lado da Tatsunoko.

Ah... e tem um geladeira dourada gigante também.

E se você me perguntasse, eu diria que a Capcom escolheu muito bem seus personagens. Claro, temos os basicões-clássicos Ryu, Chun-li e Morrigan, mas, se não estivessem, a Capcom teria que pagar uma multa para cada pessoa no mundo, então não podemos reclamar. Mas vejam só!Eles aproveitaram a oportunidade para reviver alguns personagens um tanto quanto esquecidos para colocar na treta.

Batsu, Soki, Viewtiful Joe e até o Rock Volnutt... são todos personagens que já faz um certo tempo que não vemos, não é? Mas ainda sim, não tem como não vibrar! Alias, como já disse lá no começo do review, foi a revelação de Viewtiful Joe que me convenceu que esse seria um bom jogo.

E eu os brindo por isso, Capcom.

Acho que a única adição que eu não concordo muito é com o robozão PTX-40A. Digo, nada contra ele em si... mas ele é do Lost Planet, um jogo de Xbox 360 e PS3. Sejamos francos, o público que tem um Xbox e um Wii (para jogar TvsC) é, digamos, reduzido. Talvez fosse melhor ter escolhido algum personagem gigante de outra série de consoles antigos ou dos portáteis.

Ora, Capcom! Se vocês queriam alguém GRANDE vocês poderiam ter posto o Rathalos! Cara, RATHALOS! Alias, eu realmente gostaria de ver algum personagem de Monster Hunter em Marvel Vs Capcom 3.

Trivia! Vocês sabiam que nosso amado advogado Phoenix Wright foi escalado como personagem para TvC? Sim! Mas durante a produção resolveram tirá-lo por duas razões... primeiro, que se eventualmente o jogo fosse para américa, seria difícil para trocar o modelo de seu "ataque principal". Digo, no japão, ele iria berrar "IGIARI!", enquanto no americano seria "OBJECTION!", dando um trabalho a mais para equipe americana na hora de trocar a animação do golpe visto que Objection é maior que Igiari. A outra razão, talvez a que todos já tinhamos imaginado, foi porque eles não conseguiram pensar muito nos combos e golpes para ele visto que ele é... bem... um advogado, não lutador.

Mas se a Capcom acha que advogados não podem lutar é porque ela ainda nunca visitou o escritório onde eu trabalho! Mas tudo bem! Acho que irei perdoa-la... dessa vez.

Enfim, mas em geral, o uso dos personagens varia um pouco, e dependendo de quem escolher, pode levar um certo tempo a se acostumar com ele.

Por exemplo, o Karas mistura golpes rápidos com contra-ataques, o Polimar usa agarrões e precisa carregar três simbolos para utilizar o último especial, as combinações de botões fazem Rock Volnutt trocar de equipamento e também temos a Doronjo, que pode se movimentar livremente enquanto seus dois capangas lutam por ela.

Enfim, não será tedioso ou repetitivo zerar com todos os personagens.

Veredito:

Tatsunoko Vs Capcom é um excelente jogo de luta e merecia mesmo receber ports ou remakes para outros consoles para que mais pessoas pudessem apreciar essa obra.

Claro que agora teremos Marvel Vs Capcom 3, esse jogo perde um pouco do seu brilho.

Mas se você jogou até seus dedos estourarem os antigos Crossovers da Capcom ou simplesmente curte jogos de luta, Tatsunoko VS Capcom é mais do que recomendado.

Alias, eu prefiro esse jogo a Super Smash Bros. Brawl.

...E eu acabo de quebrar minha promessa ao vD que esperaria um pouco antes de fazer vocês me odiarem.


Tatsunoko vs Capcom
Luta
Da Eighting, distribuído pela Capcom em 26 de Janeiro de 2010
Nintendo Wii
White teve vergonha de falar quantas horas de jogo já teve.

2 comentários:

  1. Tatsunoko Vs Capcom me parece ser interessante ...

    e em relação ao Marvel Vs Capcom 3, tenho muita curiosidade até pq eu jogava o primero da série em fliperamas :P ...

    saudade de fazer isso

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  2. Os personagens de Shurato, Zillion e Speed Racer estao disponiveis????????????

    Pra mim o melhor cross é o Capcom vs Snk 2, foda!!!!!!!

    abrass

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