terça-feira, 9 de novembro de 2010

Resenha: Call of Duty Black Ops

Por Vitor "vD" Duarte




Lentamente, o FPS vai se tornando um gênero mais apreciável por mim. Já viram como eu gostei de Vanquish, né? Já falei como Gears of War é um jogo excelente, babei o ovo dele e tal. Mas eu nunca falei da minha outra aproximação com o gênero, que é a franquia Call of Duty. Mais especificamente, Modern Warfare ou CoD4.

Foi um jogo favorito por algum tempo, quando eu ainda ia em lan houses passar a noite inteira estourando a cabeça dos amiguinhos. Enquanto o modo de um jogador era tenso e cheio de ação, o multiplayer levava a experiência à um novo patamar, dando um valor impressionante à cooperação e ao trabalho de equipe para que um lado fosse vencedor. Todos vocês conhecem o sucesso que Modern Warfare atingiu, então acho desnecessário discorrer sobre isso.

Modern Warfare 2 só ampliou o jogo, com mais modos de multiplayer e uma continuação de história excelente. Infelizmente, nada posso dizer com precisão do jogo, já que minha época de lan house passou há muito tempo atrás, bem antes do lançamento do título. E meu Xbox 360 também não teve lá muita oportunidade de analisar o jogo como se deve.

Para suprir essa necessidade, no entanto, vamos falar da sequência espiritual da franquia. A nova tentativa da Treyarch no campo de guerra em primeira pessoa.

Sim, Treyarch... E não precisam sair correndo. Tenho coisas muito educativas pra dizer sobre Call of Duty: Black Ops.




Provavelmente por causa dos rios de dinheiro que a Activision ganhou com o quarto título dessa franquia, ela resolveu começar a lançar um por ano. Modern Warfare veio em 2007, desenvolvido pela Infinity Ward, subsidiária da empresa em questão. No ano seguinte tivemos Call of Duty: World at War, primeira tentativa da Treyarch, desenvolvedora de vários jogos inspirados em filmes (pausa pra vômito) na nova geração de videogames de emplacar um jogo da série. Infelizmente, Segunda Guerra Mundial - mesmo com zumbis - é um tema muito desgastado, e World at War foi ofuscado em relação à seu antecessor.

2009 trouxe a sequência do jogo da Infinity Ward, que gerou grana suficiente pra limpar cavidades anais de milhares de pessoas durante um ano inteiro. Mas aí as coisas começaram a dar errado, rolou aquela briguinha entre a gigante Activision e a desenvolvedora que nada tinha o que fazer... E a empresa maior resolveu mandar todo mundo embora. Nada de Modern Warfare mais, pelo que parece... Ao menos, não pela desenvolvedora que fez ele famoso.

É a hora da Treyarch entrar chutando porta, né? O título da série de 2010 era dela, e era a chance de provar que ela consegue fazer coisa boa: O desafio de apagar vários jogos ruins e trazer pra nova geração um título que fosse envolvente, empolgante e com potencial pra jogo infinito, assim como foram os predecessores da franquia.

E o resultado?




Ok, início de jogo e a gente já entra na viagem que é Black Ops, com várias telas aleatórias sendo mostradas pra nós. Somos apresentados então ao Capitão Alex Mason, personagem principal da história. Mas ele está preso, num tipo de instalação do governo americano que o interroga incessantemente, com uma voz camuflada por efeitos sonoros. O interrogador questiona sobre o que ele sabe, sobre o que ele fez. E Mason dispara eternamente que não sabe de nada que está acontecendo, e que não há nada para ser dito. Mais imagens psicodélicas começam a aparecer, e o jogo começa finalmente...

Com um flashback.

Mason está em Cuba, num bar que toca salsa, conversando com companheiros. Eles têm uma missão ali: Derrubar Fidel Castro, da maneira mais brutal possível. Enquanto discutem o plano, soldados comunistas aparecem no local e começam a causar tumulto, interrogando Mason e seus compadres. É nessa hora em que eles revidam, roubam as armas dos soldados e partem pra cima da galera. E é aqui que você começa a controlar o nosso amigo.

Não posso e nem quero dar mais detalhes do que acontece nesse tempo. Isso tá aí pra você descobrir. Mas o que posso dizer é que Call of Duty Black Ops é todo centrado nesses pequenos flashbacks de Mason, que vão formando o quebra-cabeça imenso que é o modo campanha do jogo. Sim, nós temos uma história aqui. Todas essas cenas se passam na Guerra Fria comendo solta e Vietnam no ápice. Período de tantas missões secretas e guerras não-contadas.

Black Ops já se ganha pelo seu enredo. Mas eu quero contar mais sobre a parte Call of Duty dele.




Temos uma jogabilidade bem centrada no que a gente já conhece de Call of Duty: Um tiro em primeira pessoa com destaque pra eficiência do trabalho em equipe. Analisando os tantos tiros que disparei nesse jogo, eu até senti um feeling parecido com o que rolava em Modern Warfare, principalmente no multiplayer.

Mas aí tem os adicionais. O jogo também é bem dinâmico, lotadíssimo de armas. Sério, o armamento que é apresentado aqui é quase que infinito! Armas russas, americanas, chinesas... E é só o início. E do mesmo jeito que os seus predecessores, cada arma tem possibilidade de customização de acordo com o tempo. No modo campanha, você vai achando variações das armas ao longo das missões. E no multiplayer são destravadas novas possibilidades de adendos às armas que você carrega.

A Treyarch fez um trabalho exemplar nos gráficos. Todos os cenários são impressionantes a ponto de deixar Modern Warfare no chinelo. E cada parte do jogo reflete essa qualidade, passando para o jogador exatamente a experiência que era pra ser: Você se sente na guerrilha quando o jogo adentra as florestas do Vietnã. Viaja junto com Mason quando ele invade bases inimigas chutando portas e atirando em tudo que se move.




Essa é outra chave do gameplay: Não só você participa do tiroteio comum, mas em
várias cenas a sensação é de estar acompanhando um filme de ação. Não foram em poucas ocasiões em que eu gritei de empolgação com o que o personagem principal faz. Seja dirigindo motos, carros, caminhões, barcos e helicópteros, assim como explodindo tanques com mísseis, toda a experiência de ação no jogo é muito maior e mais empolgante que qualquer QTE que você já viu. A interatividade em todo o jogo está presente, e é impressionante.

Aliás, não podemos esquecer que estamos falando de um jogo de Black Ops. E todo esse caráter de espionagem e operações especiais está presente durante a história. Existem eventos especiais onde você se esgueira para conseguir cortar algumas gargantas de inimigos desatentos, e quando você consegue se aproximar sem ser visto, a cena de execução do pobre desavisado é muito excelente.

Por último, o clima do jogo é todo da Guerra Fria. Vemos figuras icônicas do período durante a história, incluindo JFK e Fidel Castro, fielmente representados. E, como não poderia deixar de ser, qualquer história durante esse período é recheada de complexidade. O que é impressionante para um jogo que, teoricamente, é muito mais dedicado à multiplayer. Esse atributo é visto na duração da campanha de um jogador: apenas cinco horas. Mas acredite: vale a pena.




Como eu já disse ali atrás, Call of Duty foi feito para multiplayer. Desde o Modern Warfare, que colocou o trabalho em equipe em primeiro lugar nas partidas de vários jogadores e foi o primeiro jogo da série a utilizar o apoio da Live e da PSN que a série vem dando um foco todo especial nessa parte. E no Black Ops não há nada tão diferente assim: Quem jogou um CoD jogou todos eles em relação à isso.

A parte excelente desse modo aqui é que agora pode-se colocar até quatro pessoas numa sala local. Ou seja, se você tiver quatro controles do seu Xbox ou do seu PS3, é possível juntar uma galera pra fazer um 2x2 frenético na sala da sua casa. Se alguém aí gritou “GoldenEye”, é exatamente esse o sentimento que eu quero invocar. É uma pena não ter a campanha cooperativa também, mas é perdoável.




Enfim... Essa é geralmente é a hora em que eu falo de algum defeito do jogo. Começo a dizer que tem algum bug ou que é curto ou que a história é confusa. Mas eu devo anunciar por meio dessa que a minha seção de reclamação para com os jogos foi TOMADA POR ZUMBIS OH MEU DEUS!

Sim, meus queridos. Seguindo o exemplo do predecessor espiritual World at War, Black Ops tem um modo zumbi EXCELENTE!

Dividido em modos singleplayer, multiplayer de tela dividida e multiplayer pela Live/PSN, Zombies consiste apenas em um modo horda onde você tem que sobreviver o máximo que conseguir às ondas contínuas de zumbis. Eles adentram por lugares específicos, que dependem do mapa, e constituem as suas únicas barreiras para que você não seja atropelado. Essas barreiras podem ser reconstruídas, enquanto você tenta ir abrindo caminho para obter novas armas e, consequentemente, matar mais zumbis.

E é EXTREMAMENTE DIVERTIDO encarar esse modo no multiplayer local. O suporte é pra apenas duas pessoas, mas ainda assim já é muito desespero e cabeças zumbis voando.

Sem contar o que rola no final da campanha singleplayer, que melhora o modo zumbi ainda mais... Mas aí eu estou falando o que não devo.





Veredito:

Call of Duty: Black Ops é a mistura perfeita de Metal Gear Solid com o tiro em primeira pessoa já conhecido da primeira franquia. Todo o clima de Guerra Fria e o envolvimento com missões secretas é representado de maneira ímpar aqui, e tudo com o complemento de uma jogabilidade exemplar para qualquer jogo FPS que por ventura vier depois. Como sempre foi com CoD.

Todos os personagens, a história, os cenários, se encontram numa harmonia tão grande que você não se sente jogando. Falando de um jeito que todos irão entender: Black Ops é o melhor filme de ação que eu já assisti. E estou levando em conta muita coisa pra falar isso. Claro, não assisti Mercenários ainda, então perdoem a minha generalidade abusiva, mas eu ouso dizer que o jogo está nesse patamar quando comparado à um filme.

A Treyarch fez o melhor jogo dela de todos os tempos. E talvez, só talvez, seja também o melhor Call of Duty até hoje.



Call of Duty: Black Ops
Ação/FPS
Desenvolvido pela Treyarch, distribuído pela Activision
PC, Xbox 360, Wii, PS3, Nintendo DS
Utilizada a versão de Xbox 360 para essa resenha.
Modo Campanha terminado uma vez, multiplayer e modo Zombies testados.

sábado, 6 de novembro de 2010

Resenha: God of War - Ghost of Sparta

Por Guilherme "Ornacio" Oliveira



THIS IS SPAAAAA...OOOWAIT!

Vou confessar, nunca gostei de God of War, e isso é sério. Os dois primeiros títulos da série que saíram para PS2 nunca me atraíram, por mais que tenha gerado todo aquele ‘must play’ e Kratos para dono do mundo com sua Blade of Chaos, não me interessava por algo em que eu apenas tinha que ir para frente e cortar o máximo de inimigos que minhas correntes alcançassem.

Um bom tempo depois, fui indicado a ‘Chains of Olympus’, o primeiro God of War para PSP e quer saber? Gostei muito. É um jogo curto, divertido e sem enrolação, respondia todos os requisitos que procuro em um título para PSP. Fui devidamente apresentado a Kratos, um espartano que tem meu respeito, o cara que consegue deixar Leonidas apenas em ‘Léo’ e que armado com suas Lâminas do Caos faz um estrago titânico (sem trocadilhos). Se existem algum limite dentro do enredo e da temática de GoW, avise-o para se esconder ou fugir, pois Kratos o ‘Fantasma de Esparta’ voltou.

‘Todo final tem um começo’

Ghost of Sparta acontece após o final do primeiro GoW. Ares está morto e Kratos assume o trono do antigo deus da guerra, porém, visões do passado ainda assombram sua mente, seu antigo treino militar em Esparta, uma mulher pedindo ajuda, entre outras cenas fazem com que o guerreiro espartano tome a decisão de partir em buscar de respostas.

Kratos vai para Atlantis, a cidade perdida, onde estão o templo de Poseidon, senhor dos mares e de Thanatos, deus da morte. Após um breve conflito com Scylla - uma mistura de anfíbio, tentáculos e braços - que destruiu toda a frota marítima de Kratos, você é ‘empurrado’ para Atlantis.




Dentro da cidade tomada pelo caos, Kratos parte em busca do templo de Poseidon enfrentando soldados e bestas que tentam impedir nosso protagonista de alcançar seu destino. Já no templo você está dentro de uma lembrança de quando era criança e treinava com alguém de sua idade, uma mulher aparece e diz que já haviam feito demais pelo dia e era hora de entrar, Kratos os segue. Você encontra a mesma mulher que lhe pedia ajuda em suas visões, a própria mãe de Kratos.




Após algum tempo de conversa Kratos fica sabendo que seu irmão, Deimos, está vivo e está preso dentro dos domínios de Thanatos. O espartano recorda de que enquanto treinava com seu irmão havia sido Esparta foi atacada.

Deimos, um garoto franzino com marcas idênticas às que Kratos tem hoje, foi raptado durante a invasão à Esparta por duas pessoas a cavalo enquanto o jovem deus da guerra viu tudo sem poder fazer nada, sua força e agressividade não causavam nenhum dano às duas figuras.

Callisto, a mãe de Kratos, diz que o guerreiro deve voltar a Esparta e que lá encontraria mais respostas sobre seu passado e o caminho para salvar seu irmão que ainda está vivo. Depois de tantas revelações, a mulher entra em um estado de choque e se transforma em uma terrível aberração, que claro, você deve por abaixo.

Deste ponto em diante são inúmeras às situações que as habilidades de Kratos são colocadas a prova, desde a destruição de Atlantis (causada por Thera, o titã de lava que fora liberto por Kratos), passando por seu retorno a Esparta, um breve encontro com Midas (do toque de ouro), até a travessia dos portões dos domínios de Thanatos, onde a trama tem seu desfecho.




Vicious! Gory! Savage! Inhuman!

Ghost of Sparta inovou mais um episódio da série para o PSP. Com novas habilidades, armas, magias e o foco do enredo, que explica um pouco mais do passado de Kratos, não só por seus parentes e que o espartano já foi humano o suficiente para ter sentimentos por entes queridos, mas que os deuses (em especial uma só) já estão de sacanagem com o Fantasma de Esparta a um bom tempo. Em GoS mostram a essência de Kratos como um guerreiro da cidade de Esparta, seu treino e seus princípios são exaltados com o desenvolver do jogo, o que nos faz lembrar que ele não é um talento nato, que fora treinado para ser assim.

O sistema de evolução do personagem é o mesmo, através de uma certa quantidade de ‘red orbs’ você pode dar um upgrade em todas as magias e armas do jogo.

No inicio do enredo após o evento com sua mãe, Kratos encontra Thera – o titã de lava aprisionado dentro do vulcão próximo a Atlantis – que o convence o herói que se o libertasse poderia utilizar seus poderes, dito e feito, Kratos crava suas lâminas dentro do peito do Titã, libertando-o, o que causa a erupção do vulcão e destruição de Atlantis, e assim ganha sua segunda arma, ‘Thera’s Bane’, que nada mais é do que um ‘fire power up’ nas Lâminas de Athena, além de ser eficaz na destruição de itens feito de aço.

Lembram que comentei sobre a essência de um guerreiro de Esparta, pois é, após visitar a sua cidade natal, Kratos é presenteado com o kit ‘lança e escudo’. O conjunto permite que você, com sua lança, faça ataques a curta e longa distância e o escudo torna-se a melhor opção de defesa disponível no jogo.




As magias são: ‘Eye of Atlantis’ que libera uma descarga elétrica sob os inimigos, ‘Scourge of Erinys’, Kratos produz um facho de luz que converte a energia inimiga em health orbs e ‘Horn of Borea’, artefato que produz uma geada em volta do herói e congela todos ao seu redor.

A violência e ignorância de Kratos, como o novo Senhor da Guerra, continuam a mesma, com combos, desmembramentos e várias maneiras de aumentar os números de sequências nos inimigos, com uma gama de combinações entre armas e magias que com certeza vão agradar aos fãs de série.

In my opinion...

God of War: Ghost of Sparta está na minha lista de ‘você deve jogar’. E eu disse que não gostava deste tipo dessa franquia, não é? O sucesso de Kratos como personagem, todas as revelações deste episódio e a maneira genial de encaixar o novo título dentro do universo God of War, fez com que eu procurasse mais sobre o jogo (por causa de Chain of Olympus joguei os GoW I, II e III). Mas deixo o aviso, se você nunca jogou nenhum outro GoW e pretende jogar GoS só porque leu esta resenha, pare, vai ser só mais um ‘hack and slash’, Ghost of Sparta foi feito para os fãs da série, inserindo adventos e exaltando situações que somente quem ajudou Kratos em sua vingança contra os deuses vai entender o porque de sua fúria com o Olimpo.

E se você jogar e terminar, faça-o mais uma vez, Ghost of Sparta está repleto de extras que compensam serem liberados, extras que dão uma nova perspectiva dentro do jogo ao ponto de tornar-se um divertido passa tempo ao invés de algo maçante que te prende a horas sem dar nenhum retorno positivo, also knows as ‘liberar filminho’.

Mais uma obra-prima da ‘Ready at Dawn’ que prometeu algo maior e melhor do que Chain of Olympus e cumpriu, nos apresentou mais um motivo para acreditarmos que os deuses devem temer pelo espartano que deu um ‘chega pra lá’ na onipotência do Olimpo.

In Kratos, we trust!



GoW: Ghost of Sparta
Single-player - Hack and slash
Desenvolvido pela Ready at Dawn e distribuído pela Sony
PSP (Playstation Portable)
História terminada uma vez com mais de 7h de gameplay, com 50% dos extras liberados.