quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Resenha: Brutal Legend

Por Vitor "vD" Duarte




Se você nunca jogou Full Throttle, Psychonauts, Grim Fandango ou não sabe quem é Tim Schafer, por favor saia desse blog. Sua laia não é bem-vinda aqui. Muito obrigado.

Agora que o público já foi selecionado, eu posso começar a falar de Brutal Legend.

Quando a idéia desse maravilhoso jogo foi mostrada ao mundo, em meio à decada de 2000 - que eu gosto de achar que ocorreu há muitos anos atrás - eu me lembro de ter visto um vídeo que sintetizava tudo que Schafer queria conceber. Alguns poucos minutos que pareciam ser a melhor definição de uma aventura épica e gloriosa, por mais que esses clichês estejam gastos e enferrujados. Sim, eu poderia ficar falando desse vídeo por um grande período de tempo. Mas mostrá-lo é mais just



A Saga

No início era apenas um jogo feito para o PC, justamente como eram Full Throttle e Grim Fandango. Mas logicamente não seria uma aventura point-and-click. Machados! Sangue! Carros! Um metaleiro com asas! Muito sangue! Brutal Legend seria o melhor hack ‘n slash do mundo com certeza!

O tempo passou e o projeto começou a desandar. Notícias de que havia sido cancelado, a Activision acabou não dando nada pro projeto, e a esperança parecia perdida. Aí veio a nossa querida Electronic Arts para dar nova vida ao jogo. As notícias eram várias: O metaleiro havia ganhado o nome de Eddie Riggs, o jogo seria lançado para o Playstation 3 e o Xbox 360, e num novo trailer do jogo, o herói carregava uma voz familiar. Uma veia cômica nascia, com um sarcasmo inconfundível e um humor inigualável. Verdade seja dita, quando a voz juntou-se ao personagem, eu me perguntei por que diabos eu nunca havia pensado nisso. Era óbvio que a única pessoa no mundo que poderia dar voz a um metaleiro sanguinário era Jack Black.



E Brutal Legend, finalmente, iria acontecer.

Primeiras impressões

Ver que o jogo abraça o Heavy Metal é a primeira sensação que se tem quando se começa a história de Eddie Riggs, um roadie que, no meio de um freelance para uma bandinha pop aleatória, se envolve num acidente bizarro, parecendo morrer no processo(estou tentando dar o mínimo de detalhes possíveis, porque essa cena inicial é épica. ÉPICA.).

Quando acorda, Riggs está num mundo que parece ter sido feito por deuses que se inspiravam no bom e velho metal pesado. Ele vê que está em algo que parece um templo, quando criaturas estranhas encapuzadas começam a atacá-lo. Avista então um machado cravado no chão e quando o retira, ao melhor estilo Rei Arthur, sua lâmina faísca em suas mãos. Eddie então usa The Separator, o machado, para arrancar as cabeças de seus algozes com estilo. Logo depois ele vai atrás de sua guitarra, Clementine, e faz alguns riffs descompromissados. Apenas para descobrir que o som invoca raios e fogo para atacar seus inimigos. Resumindo, você tem um machado badass e sua guitarra é mágica. Wow.

Todo esse início de jogo serve para mostrar ao jogador como a Double Fine conseguiu realmente traduzir a música num universo visual. Cada detalhe de cenário, inimigos, armas, até os elementos mais discretos levam uma inspiração do heavy metal. E pra começar a mostrar o tanto que Jack Black é necessário para que a experiência seja completa. Falem o que quiserem, podem até não gostar do cara. Mas pra mim ele nasceu pra fazer o que fez nesse jogo.



E já que eu estou falando da voz do protagonista, devo dar destaque ao resto do elenco. E que elenco. Pra entrar ainda mais no clima, alguns personagens receberam vozes famosas do mundo do metal. Lemmy Kilmister do Motörhead, Lita Ford do Runaways, Rob Halford do Judas Priest, e o último eu vou fazer o favor de guardar pra mim pra deixar vossa senhoria curiosa. Sério, esse último me fez pular da cadeira ao vê-lo. E só pra você ter uma idéia, até o próprio Deus - Ronnie James Dio, seu mentecapto - estava escalado pro jogo. Uma pena não vê-lo. Mas é só saber que Tim Curry pegou o papel dele que ficamos todos satisfeitos e felizes. É, você vai entender.

Bem-vindo à era do Metal

Brutal Legend lhe oferece um mundo ao seu dispor. 95% do jogo é free-roam, e aqui vigora um sistema de missões espalhadas pelo mapa. Ao fazer missões e completar objetivos, você ganha Fire Tributes que podem ser usados para fazer upgrades em suas armas e apetrechos. Quanto mais missões em relação à história fizer, mais upgrades você terá. Mas se o caso for de você querer marchar por aí chutando bundas, fique à vontade. O mundo do metal é seu. Ninguém vai te impedir.

Há também artefatos colecionáveis durante todo o jogo, que lhe dão mais Tributes. Aqui chamo atenção para as Relics. São objetos de ferro que estão enterrados, mas podem ser trazidos à superfície a partir de um solo de guitarra, liberando seu conhecimento e sabedoria. Traduzidos, claro, em forma de música. Pra cada Relic que você desenterrar, uma nova música estará disponível para você ouvir durante o jogo.



E a seleção de músicas é perfeita. Vai de Motörhead até Dragonforce, passando por Tenacious D e Whitesnake, Iced Earth e Black Sabbath, o melhor do melhor do Heavy Metal em todas as suas bifurcações. Mais de 100 músicas complementam a imersão no jogo, e embalam de um jeito todo especial a sua trajetória. Sério, é muita coisa. MUITA coisa.

...Surpreendente.

Mas nem tudo é cheio de glória e vitória aqui. Há falhas. E eu não sei uma maneira melhor de dizê-las sem ser assim. Mas já aviso: Se você quiser se manter intacto do mesmo jeito que esteve até agora, NÃO LEIA AS PRÓXIMAS LINHAS!

Certo?

Brutal Legend é um jogo de estratégia em tempo real de terceira pessoa.



Sim, isso é estranho, e é totalmente inesperado. Você espera um Dante’s Inferno, um God of War, um Devil May Cry desse jogo, com algumas melhorias aqui e ali. Mas não, o grande diferencial dele é proporcionar guerras e te botar como general de um exército... peculiar.

Mas aí vem a dúvida: É uma falha mesmo? Tá, talvez eu esteja sendo um pouco chato com isso. Afinal, é interessante ver como esse elemento diferente se mescla com a história e dá sentido à uma boa metáfora. No final, você acaba concordando que o sistema é bom, e que valeu a pena lutar contra os comandos complicados para entender o jogo. O único problema é que aí acaba-se a história, e você não se anima a jogar o multiplayer. Sim, Brutal Legend é um jogo curto, talvez 10 horas para um jogador ávido. 10 horas de puro entretenimento e epicidade, no entanto. 10 horas muito bem aproveitadas.

E o multiplayer do jogo tem potencial. Mas... Sabe aquela sensação de que você poderia estar jogando coisa melhor? Brutal Legend tem um multiplayer bom, mas só se você não tiver outra opção para jogar. Mas acho que um ou outro entusiasta ainda deve jogar isso online. Chamarei então de multiplayer cult, se é que isso existe.

Veredito:

Gostaria de descrever um pouco mais das cenas, personagens, introduções, mas não vale a pena. É melhor deixar você se maravilhar com Brutal Legend. Pois apesar de algum incômodo aqui e ali, é um jogo excelente. Prefiro ficar aqui com essa resenha quieta e discreta do que despejar detalhes e detalhes de um jogo que merece ser jogado, e não lido. E tudo ficará muito mais belo se você for um fâ de longa data do bom e velho heavy metal. Nesse caso, eu sugiro que você jogue imediatamente, por favor.



Vida longa ao metal, meus caros!


Brutal Legend
Ação/Aventura/RTS
Da Double Fine, distribuído pela Electronic Arts em Outubro de 2009
Xbox 360, Playstation 3
Utilizada a versão de Xbox 360 para essa resenha
História completada uma vez, 82% do jogo concluído.

9 comentários:

  1. Deve ser MUITO bom esse jogo! *.*
    Pena que meu PC não aguenta, muito menos tenho alguns dos outros consoles! =/
    #PobreFellings

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  2. O jogo parece ser legal! Meio entendiante o post -rs . Mais a informação é boa! Layout é lagalzinho tambéM ! Parabéns e sucesso no blog :*

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  3. Estratégia em tempo real! WAT A TWIST!
    Existe versão pra PC mesmo? Não achei para """comprar""".

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  4. Apesar de não gostar de jogos, achei seu post interessante (confesso que não li inteiro, mas gostei até onde li), você usa bem as palavras diferente dos outros viciados em games, juro que entendi o seu texto. HAHAHA *-*

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