terça-feira, 21 de setembro de 2010

Resenha: Comix Zone

Por Guilherme "Ornacio" de Oliveira




Enquanto isso em meados de 1995…

Comix Zone, Mega Drive e nostalgia. Estas são as palavras-chave que vão definir se
você quer continuar lendo o texto, ou não.

Com certeza tudo isso é muito mais que um review, ao menos para mim. Quando o vD permitiu que escrevesse sobre um game qualquer de Mega Drive, o primeiro que me veio a mente, claro, foi Sonic: The Hedgehog. Mas convenhamos, seria um clichê master falar do porco espinho azul (?) da Sega, em um primeiro “remember” sobre jogos do saudoso Mega Drive: Genesis. Logo lembrei de Comix Zone, um jogo que na época eu tinha uns doze anos quando o encontrei, e que conseguia me deixar puto, mas muito puto. Acreditem, ele não é fácil, mas é fantástico, não só pela jogabilidade e visual, mas pelo universo e criatividade (não vale rir) que o jogo traz.

A frase a seguir pode não fazer sentido. Comix Zone é um beat’n’up, side scroll e 2d
(Houston, please repeat). Isso mesmo, é a definição perfeita. E não é aquele tipo de jogo que você só vai para frente e desce a porrada nos inimigos, ele te oferece caminhos alternativos e o minímo de estratégia (com itens e obstáculos) que te faz ficar maluco se não der certo. Morreu? Haha, é NEW GAME e um abraço.

Quanto a estética, nada deixa a desejar. Afirmo que é o ponto forte desta produção, ao
ponto de conseguir colocar na sua cabeça que foi desenhado a mão. Estamos falando de
um jogo que se passa, literalmente, dentro de uma história em quadrinhos e se escrevo
literalmente é porque: existem as divisões de cena por cena (quadros), dialogos com
balões e óbvio onomatopéias, um conjunto de fatores que deixam seus “semelhantes” -
Street of Rage e genéricos – bem chatos, se você parar para compara-los.



“New York City, present day…”

Start Game.

Uma rápida cena nos mostra uma noite limpa, sem nuvens. Relâmpagos caem a cada segundo, o Empire States ao fundo indica que estamos em Nova York - a gárgula no parapeito do andar do nosso herói me diz Gotham City, tudo bem.

Somos apresentado ao nosso protagonista, Sketch Turner que está em sua mesa de trabalho provavelmente concluindo algum projeto. O quadrinista-herói está acompanhado do seu mascote Roadkill, uma ratazana tão útil quanto qualquer outro item no jogo inteiro.

Mais relâmpagos, quando sem qualquer motivo aparente, um braço emerge, surge, brota, materializa-se - não consigo pensar em qualquer lógica que explique esta ação - dos quadrinhos para fora da mesa e agarra Sketch pelo pescoço. Outro relâmpago, um personagem ainda em preto e branco aparece, nosso antagonista: Mortus. Um sujeito com bigode, chapéu, tapa-olho e partes mecânicas. Uma mistura de Revolução Industrial com os filmes Western de 1940, ou se preferir um visual muito steampunk.



Visivelmente indignado com sua condição de ser “apenas” um desenho, o velho steampunk badass transporta Sketch Tuner e sua ratazana para dentro da história que o quadrinista criava e avisa que de lá, no desnho, não há chances do herói sair vivo.

Dentro de uma suposta base militar, Turner encontra a General Alissa Cyan, uma garota que dispensa apresentações, em seu melhor momento Trinity (Matrix) fala para o herói: “You must be the chosen one” seguido de “I’ve been waiting for you”. Turner é avisado que tem uma missão a cumprir e que deve ser rápido, o que faz nosso herói reconhecer que está dentro da sua própria comic book.

A partir daqui Sketch Turner passa por capitulos em que enfrentará humanóides
mutantes, lutadores de artes marciais bizarros e extraterrestres bem feios. Todos frutos da sua própria imaginação, citação que vale para o cenário também, que vai desde metrópoles destruídas, esgotos, templos e desertos. Sentido? Não obrigado.

Durante a jornada você encontra o mascote, Roadkill. Que na minha opinião, não só o item, como personagem mais útil do enredo. O pequeno companheiro quando solto (sim, você o carrega como item, no inventário de três slots) pode atacar, descobrir itens escondidos no cenário e ativar alavancas inacessiveis para Turner.

Roadkill for the win.



Você ainda vai encontrar dinamites, granadas, facas, bebidas energéticas e um power-up
que destrói tudo o que se move no cenário – F*CK YEAH

Após muita pancadaria, combos – que são divertidissímo, permitindo várias
combinações de socos, chutes, ganchos, chute alto, chute baixo. Não, não tem hadouken
– e cenários totalmente sem noção, dignos de uma HQ, você alcança o estágio final.

Último cenário, visivelmente em fase de aprimoramento – pois fora aonde Turner
ainda não havia desenhando – encontramos Alissa, que está tentando sabotar um
suposto foguete, ela pede sua ajuda, mas Mortus, o western-steampunk aparece
agarrando a jovem moça e aprisionando-a dentro de uma cápsula no foguete.

Momentos de tensão meu caro leitor, o compartimento em que Alissa está presa começa
a ser inundado por algum liquido e se você não for rápido o suficiente, sim ela morrerá, isso não altera o andamento da batalha final, ou seja, é um jogo com finais alternativos. Posso falar? FODAPRACARALHO isso.

Fica ao seu critério entre salvar Alissa, sendo rápido o suficiente para derrubar o velho steampunk e liberta-la da cápsula. Ou pode ir na calma, deixar Alissa morrer, mas derrotar o último chefe com a estratégia que achar conveniente (sim, tem mais de uma).

Como eu sou gente boa, não vou contar como são os finais. Mas vamos deixa-los
disponiveis aqui em video:

Final bom:



Final ruim:



“Well done, Turner”

Não consigo pensar em uma frase sem pelo menos, uns quatro palavrões para falar o quanto gosto de Comix Zone. Respeitando a cota de besteiras que toda pessoa atura ler, posso dizer que é um jogo ótimo. Visual, enredo e personagens (as falas e ações do Turner são engraçadissímas) são os fatores que não deixaram este jogo fugir da minha memória, até hoje.

Porém, com toda via entretanto, nada são só rosas nesta vida.

Comix Zone falha no quesito estratégia, sim falha. Existem situações que você simplesmente tem que “dar sorte” isso mesmo, DAR SORTE de cair em um lugar correto ou de simplesmente o chefe da fase bugar e você tirar vantagem disso para conseguir concluir tal cena ou tarefa.

Exemplos? Segundo estágio, existe uma armadilha (como aquelas de pegar urso). Se você pula no local correto, mas antes da hora, você morre. Se você pula quando estiver na hora, mas no mesmo local, você sofre danos mas ela é desarmada. Isso não tem sentido, pois você está pulando no local CORRETO, a engine deve responder da maneira que aquele local é o seguro, ou seja, bug. Beijos.

Outro exemplo?

O primeiro chefe, é um projeto de réptil preso pelo tronco no teto do cenário (oi?) e fica no meio da tela, cuspindo fogo, se você chegar perto ele tenta te morder. Do outro lado da tela tem um latão/barill, empurre-o até o boss, ele fica atacando o objeto (que não sofre danos). Com o chefe entretido, sente o dedo nele até morrer. Mais um erro.

É eu sou chato, porque neste jogo se você morreu no final dele, azar é novo jogo e mais quarenta minutos perdidos da sua vida. Mas quem sou eu para reclamar de bugs que não foram testados (ou não) a quinze anos atrás!



O que importa é, se você algum dia tiver saco e tempo, jogue Comix Zone e confirme
que não é só ir para frente e dar porrada.


Comix Zone
Ação/Aventura
Da SEGA Technical Institute, distrubuído pela própria SEGA em 1995
Mega Drive
Utilizada a versão do emulador para PSP, com muito save/load, para essa resenha.
Jogo finalizado em 36 minutos.



Mais uma estréia hoje! Guilherme "Ornacio" de Oliveira nos presenteia hoje com uma resenha de um clássico que envelheceu lindamente. Nosso amigo Orna irá ir e vir aqui pra falar de jogos antigos. Mega Drive, Super Nintendo, Nintendinho, e etcetera. Podem esperar uma viagem ao passado com todo texto dele!

11 comentários:

  1. Meu coração até pesa.
    Eu lembro de um natal, lá por 1998, em que eu passei uns 30 dias tentando zerar CZ num Pentium II do meu tio. Mas, graças a minha incapacidade de jogar qualquer coisa que não seja jrpg e luta, eu fiquei realmente frustrado e nunca acabei o jogo!

    Agora vou ter que procurar o jogo, passar umas 3 horas tentando fazer ele funcionar no Windows 7 e depois sofrer infinitamente até desistir denovo!

    Valeu Orna! Por despertar em mim a vontade de me frustrar novamente! :P

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  2. Eu tinha um mega drive mas nunca havia visto esse jogo. Não é meu estilo.

    Abs,

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  3. Oh joguim difícil esse! Mas, justamente por isso, vale a pena jogar. Quem acompanha a evolução dos games do Atari até hoje, repara que a dificuldade em muitos jogos diminui gradativamente com o passar dos anos. Alguém aqui já zerou o jogo "Treasure Island Dizzy" (http://youtu.be/CQOe55Y-BdM) do NES? Na boa, lanço o desafio (sem emuladores), hauahhauhua!

    Ótima resenha, Guizzzoords!

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  4. não faz mt meu estilo, e ainda assim, eu estava nascendo haudhuahdu; amei o template do blog beijo

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  5. Nossa eu amava esses tipos de jogos... :D
    lendo seu post deu uma saudade..
    ótimo post

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  6. Eu jogava :/
    Saaudades da minha infancia q nao volta mais.

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  7. Passando pra retribuir a visita.

    Aliás, seu blog é bacana, assuntos nostálgicos, mas também interessantes.

    Bom Blog.

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  8. nunca cheguei a jogar esse game, mas po o mega drive era ótimo. sabe aquela época que era frequente reunir os amigos, os parentes para passar tardes inteiras jogando video game? o mega drive era dessa época!

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  9. Fico feliz que tenham gostado do post.

    Sempre tive uma relação de amor e ódio com Comix Zone. Gosto demais desse jogo, porém sempre foi um perrengue chegar até o final.

    Esta resenha foi a primeira de muitas que estão por vir, final de semana já vou preparar outra.

    Obrigado pelos comentários!

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  10. Comix Zone fez parte da minha infancia, mano, mt do caralho!! Mega Drive 4ever!

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