sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Resenha: Bayonetta

Por Vitor "vD" Duarte




Sou um grande fâ de jogos Hack ‘n’ Slash. Você verá muitos artigos meus sobre eles aqui. Pra mim são a evolução dos Beat’em Up em 2D como Captain Commando, Streets of Rage e Final Fight. Sim, porque você sabe que se esses jogos fossem lançados hoje, eles seriam recheados de poderes mirabolantes e seriam em três dimensões.

Eu posso citar vários exemplos novos. God of War, Dante’s Inferno, Darksiders, são todos ótimos títulos com combate exacerbado e um guerreiro que peita todo mundo com alguma arma gigante ou alguma força misteriosa que o permite fazer combos de mais de 100 hits. Claro, todos os três têm sangue exagerado - O que me faz tentar lembrar de algum Hack ‘n’ Slash decente que não tenha sangue, proeza na qual não tenho sucesso. Ah, tem a série Warriors - Dynasty Warriors e Samurai Warriors, pra quem não conhece a franquia da Koei - mas aquilo lá é só repetição e exagero. Cansou no quarto título e olhe lá. Minto. Talvez DW Gundam preste. Afinal, tudo que tem robôs gigantes é difícil de dar errado... Mas divago!

O hack ‘n’ slash perfeito, o jogo de ação excelente, tem que ser uma combinação de porrada gratuita, história interessante, e jogabilidade imersiva. Se qualquer um dos lados pesar mais do que os outros dois, já não adianta esperar muito.

Agora, Bayonetta... Bayonetta é outra história.



Pra entendermos a trajetória da bruxa com óculos de secretária, vamos primeiro às origens de Hideki Kamiya, criador da série. Eu imagino que todo mundo aqui conheça Devil May Cry. Pois é, ele é o responsável por três dos quatro jogos da série. Depois da quarta aventura de Dante, infelizmente, Kamiya saiu da Capcom e foi direto fundar a querida Platinum Games junto com outro gênio, Shinji Mikami. E aí logo depois fecharam a parceria com a Sega que iria resultar em quatro jogos: Dois para PS3/Xbox 360, um para Wii e outro para DS. O jogo que aqui está em questão foi o terceiro deles.

O trabalho em cima dele começou em meados de 2007, e Kamiya estava na direção. Logo, era inevitável que o jogo começasse a levar um toque de DMC no caminho. Durante o desenvolvimento, acabou que não era só mera inspiração, mas o novo título levava um ar de evolução, segundo o próprio diretor.

E realmente a evolução está lá. Agora, será que estragaram a jogabilidade rápida e constante que o amigo Dante nos apresentou? Ou a mudança foi de bom grado e queremos Bayonetta aos montes a partir de agora? Vem comigo que a gente descobre.



Assassina de Anjos e (b)witch nas horas vagas

OK,, vocês conhecem como funciona, vamos dar uma olhada na cena de introdução de jogo. Aquela imersão legal pra vocês terem uma idéia de como a coisa começa. A gente puxa o play e... Estamos num cemitério. A chuva cai, bem fina, e vemos alguns créditos. Diretor de cutscenes, e o nome do diretor Hideki Kamiya... Numa lápide. Que está servindo de mictório para... A figura mais bizarra desse jogo. Introduzindo Enzo, o gordinho malandro irritante que só se ferra aqui. Sério, esse cara é um dos mais malas que eu já vi. Só fala em metáforas, e mesmo se você as entendesse não conseguiria ver muito sentido no que ele diz.

Enfim. Ele conversa, lá do jeito dele, com uma... Freira. Que lê o sagrado livro do Senhor em frente à um túmulo. Há alguma conversa monóloga até que...

Quer saber? Eu não vou fazer isso. Hoje será diferente. Assistam vocês mesmos o que acontece com esse jogo.



Fithos lusec becos vinosec, né?

É aqui que somos apresentados à alguns elementos-chave de Bayonetta.

- Enzo é o cara mais chato do planeta.
- O sotaque da Bayonetta é sexy, sexy.
- Sentido, isso não existe aqui.
- Eu ACHO que esse jogo é um pouco... Sexual demais.

Bem, dá pra ver que Bayonetta usa e abusa dos dotes que Deus lhe deu, e ainda sabe dar porrada de um jeito que deixaria Dante com inveja. E tudo com pitadas... minto... DOSES CAVALARES de sexualidade. O negócio é que toda essa libido vai diminuindo ao curso do jogo, e... Não vou dizer que você se acostuma. Mas que chega um ponto em que você não precisa mais se sentir ofendido com o que acontece ou deixa de acontecer. Sendo mais específico: Não se deixe levar pelo que o jogo te apresenta aqui.

Agora que já passamos pela sexualidade exacerbada da protagonista, vamos aos outros motivos que tornam Bayonetta impressionante.

Rápido, bonito, viciante.



A jogabilidade é ágil. MUITO ágil. Coisa de vários movimentos em segundos, muita pancada acontecendo na tela. E a nossa querida bruxa no comando da ação. Existem várias maneiras de desintegrar seus inimigos aqui, e todas elas envolvem exagero saudável. Pra citar algumas: Rajadas infinitas de tiros, punhos e saltos altos gigantes, e tortura: O nome aqui para o instant-kill. É simples, no apertar de um botão, a protagonista invoca uma máquina de sofrimento do além e... Tortura o pobre inimigo. Até ele não resistir mais.

Mas uma habilidade em particular é o que dá um destaque todo especial para o combate aqui. A dona do sotaque inglês é, com o perdão da palavra... Flexível. E tem um esquema fácil de desviar com um botão dos ataques inimigos. O negócio é que quando você tem o timing perfeito, ela entra em Witch Time: Basicamente, o tempo pára por alguns segundos e você fica livre dos ataques inimigos. Isso é chave em momentos críticos de combate, e fatalmente salvará a sua vida em alguma parte do jogo.

Versada nas variadas formas de combate e brutalidade, Bayonetta também tem versatilidade em armas. Mas não logo de início. Ao longo da história, você encontra partes de... Discos de vinil. Esses discos podem ser usados pelo negão Rodin - que você viu no prólogo lá em cima - para conseguir novos artefatos que lhe ajudarão no processo de destruição. Esses vão desde shotguns até katanas altamente afiadas. Além disso, Rodin tem uma lojinha bem simpatica onde você usa seu “dinheiro” - Halos - para fazer upgrades, comprar itens variados e equipamentos de utilidade alta, como um que faz você entrar em Witch Time toda vez que sofre dano.

Todo o jogo é dividido em capítulos, e esses capítulos são divididos em atos. Em cada ato você recebe uma pontuação específica, e um ranking de acordo com sua performance. Qualquer pessoa que já jogou qualquer Devil May Cry sabe como isso funciona, né? É um sistema legal, que funciona. E é útil: se você quiser, a qualquer momento, re-jogar uma cena específica da história, tá lá, é só ir no ato específico. Bem básico, bem intuitivo.



Os gráticos são... Bonitos. Veja bem, não é lá uma excelência em visual, mas são cenários bonitos. Não têm defeitos excepcionais, mas também não é nada de muito excelente ou revolucionário. Apenas fazem seu papel dignamente. As expressões dos personagens são bem-feitas, as cutscenes - Vi em algum lugar a tradução “Cenas de corte” e não sei o que pensar - são excelentes, e os gráficos de batalha são exuberantes e cheios de cores. Mas é um visual bom, apenas: Nada além do que você esperaria para Xbox 360 ou PS3.

E a dublagem é magnifica: Ouve o sotaque da Bayonetta, please!

Tudo ainda é MUITO rápido

Eu não tenho um grande defeito para esse jogo. Mas eu devo dizer que... É MUITO confuso. Ele é curto, coisa de menos de dez horas, e em todo esse tempo ele parece querer contar uma história imensa, com ramificações em todos os pontos dela. E aí fica aquela sensação de que você perdeu algo no caminho, ou deveria saber de um background mais detalhado antes de jogar. Como se fosse uma continuação, não um titulo totalmente novo. Você termina o jogo, tem uma epifania sobre uma coisa ou outra, mas... Acaba se perguntando sobre muita coisa que ficou pelo caminho.



E isso acaba diminuindo a experiência de jogo um pouco. Afinal, lá no início da história eu falei que o tripé Jogabilidade-História-Porrada tem que estar presente e estável nesse tipo de jogo. Bayonetta tem essa tríade relativamente instável, pelo que eu falei. Mas... Ainda assim, não é em um nível alarmante. Dá pra gostar do jogo mesmo assim.

Veredito:

Jogue Bayonetta se você curte um bom Hack ‘n’ Slash. Pode haver uma falta de sentido aqui ou ali, mas nada que seja extremamente decepcionante. O resto do jogo compensa isso facilmente. Uma explosão de exuberância, combate e poderes mirabolantes que irá te entreter por toda a extensão da história, e que até rende fator replay. Sim, você vai querer jogar e re-jogar pelo menos algumas vezes. Porque vale a pena fazê-lo.

E depois de jogar ao menos uma vez, volta aqui e me fala se essas imagens não te lembram alguém.


Bayonetta
Ação/Aventura/Hack ‘n’ Slash
Desenvolvido pela Platinum Games e distribuído pela Sega
Playstation 3, Xbox 360
Utilizada a versão de Xbox 360 para essa resenha
História terminada uma vez e alguns atos re-jogados, por diversão apenas.

7 comentários:

  1. A menção honrosa a Liberi Fatali me fez sorrir.
    Seu lindo!

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  2. A corrupção de Liberi Fatali (Succession of Bitches!) me fez sorrir abundantemente.
    Mas falar que a sexualidade da Bayonetta ofende, me deixou um pouco... hum... desconfiado de você, Sr. V.

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  3. Olha você falando o que não deve. Não é "ofensa". É "exagero".

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  4. eu quero um console, ficar lendo essas resenhas me da uma vontadinha de jogar :~

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  5. Eu te odeio, vD. Te odeio assim como odeio esse jogo!

    Bom, todas minhas opinões sobre... "isso", você já sabe, não irei me repetir.


    Mas a piada com Liberi Fatali salvou o dia!

    ashuauhauhsuashhsua

    Abraços!

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  6. Rapaz, eu nunca entendi nada de jogo, nunca gostei de jogos e não sei como alguém consegue passar horas e horas jogando, kkkkk.
    Mas vai do gosto de cada um, não é?
    Adorei seu blog, bem estiloso.
    Beijinhos!

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