sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Resenha: Vanquish

Por Vitor "vD" Duarte




Nunca fui entusiasta de jogos de tiro. Simplesmente não curto o modo Mouse-Teclado pra FPS/TPS. Não acho que seja inadequado, mas pra mim não serve. No dia em que eu descobri o controle de Xbox 360, aí eu comecei a ter uma certa simpatia por shooters, e Gears of War me deu um tapa na cara.

Esse jogo, que ainda vai ganhar uma resenha por aqui, me mostrou como um TPS linear pode ser bom mesmo sendo repetitivo e, pra algumas pessoas, enjoativo. Viciei de um jeito irrecuperável, e depois de terminar os dois títulos já lançados da série, fiquei órfão, esperando por um terceiro jogo ou um substituto à altura.

Aí veio Vanquish.



Vocês lembram da minha resenha de Bayonetta, né? Claro que lembram. Lá eu falei que a Platinum Games iria desenvolver quatro jogos em parceria com a Sega. Vanquish foi o quarto deles, sob direção do aclamado Shinji Mikami, de Resident Evil. Ele prometeu um shooter rápido, psicodélico, algo bem diferente dos jogos de tiro que estamos acostumados. Veio as primeiras imagens, e trailers, e era tudo realmente surpreendente. Um mundo sci-fi extremamente futurista, bullet-timing pra você brincar de Matrix. Mas, queridos, nunca confiem num bom trailer. Se algum jogo é bom demais pra ser verdade em vídeo, provavelmente não é tão bom na prática.

Mas joguei, então, Vanquish! E ele afunda completamente ou é cheio de vitória em slooooooow motion?



Americanos contra Russos, de novo e novamente

Passamos primeiro por um tutorial, e aqui você aprende as malícias básicas de seu brinquedinho novo. São também apresentados os personagens Elena Ivanova, François Candide e a estrela do jogo, Sam Gideon. Pode chamá-lo também de “Wannabe-Solid Snake”, trabalho que ele consegue fazer até bem, de voz rouca e cigarro. Após o treinamento básico, cortamos para a cena onde San Francisco é TOTALMENTE DESTRUÍDA por um satélite americano acoplado à uma estação espacial! Do nada!

Descobre-se que os russos tomaram conta de tal colônia, e lançaram o ataque como uma declaração de guerra aos Estados Unidos. Sim, aqui a Rússia acabou se tornando uma superpotência militar, e se equipara ao Tio Sam nesse quesito. O combate então começa no próprio espaço, com os americanos tentando tomar a estação de volta. É lá que é mostrado o Tenente Coronel Robert Burns, um brutamontes sem tamanho com uma mão biônica e uma minigun inacreditável. E junto com ele e seu esquadrão, está ninguém menos que nosso querido Sam.

A armadura que o herói veste, ainda em modelo experimental, servirá de apoio ao time na missão de retomada. E aí você toma o comando do amigo Gideon, pronto para comprar briga com os russos. Os robôs russos. Sim, o exército camarada é todo feito de criaturas mecanizadas de cor vermelha, claro. Você parte desse contexto, para uma missão absurdamente frenética.

Viu que eu não falei muito da história, não é? Sinceramente, Vanquish não se preza por contar uma obra-prima literária. Agora eu quero mostrar o que esse jogo realmente tem de melhor.



É o Homem de Ferro... branco.

Vanquish tem como base a armadura de Sam - ARS, Augmented Reality Suit. Propulsionada por um motor de foguete, toda a mágica e glória do jogo depende dela. Na prática, dois atributos fazem ela ter um fator impactante no gameplay. O primeiro é o bullet-timing: Ao rolar para o lado e mirar logo em seguida, ele é ativado, e o tempo começa a passar mais lentamente. Tem todo um lado estético dessa habilidade, mas ela colabora bastante para uma precisão mais alta. E, é claro, é estilosa aos montes.

A segunda abilidade é um tipo de sliding: Sam pode percorrer longas distâncias com o apertar de um botão, ficando de joelhos e acionando os propulsores. Ao tentar atirar em sliding, o bullet-time é ativado, possibilitando manobras evasivas e, com uma certa habilidade, alguns tiros bem-colocados. Existem oito tipos de armas ao seu dispor, cada uma delas ideal para um certo tipo de situação. A armadura também possibilita ataques físicos muito fortes, que mudam de acordo com a arma que você usa. A parte ruim? O sliding, o bullet-time e os ataques físicos utilizam a MESMA barra de energia. Ou seja, você tem que se monitorar o tempo todo para que não entre em superaquecimento tal qual um notebook da HP.



A parte de tiro é... A parte de tiro. É um sistema de cobertura a la Gears of War, basicamente, com a exceção de que nosso herói pode, enquanto está protegido, parar para tragar um cigarro. Os inimigos em geral são bastante frágeis, e os maiores têm pontos fracos para serem atingidos. Com o sliding e o bullet-time, é razoavelmente fácil vencê-los. No modo normal, se você se adapta bem com os comandos, o jogo não te oferece grandes desafios. Sam não é resistente, mas aguenta algumas pancadas antes de cair definitivamente.

O jogo é separado em atos, de modo que ao completar um deles você pode selecioná-lo no menu principal para jogar apenas ele. Há também um modo de desafios táticos, onde você tenta exterminar tropas russas no menor espaço de tempo possível. Um jeito bom de te adaptar com os comandos, caso você esteja tendo dificuldade de seguir na história ou apenas queira atirar um pouco sem compromisso.



A graça de Vanquish, no entanto, está na harmonia que as habilidades da armadura encontram perante ao caos. Se você sabe utilizar tudo da maneira correta, e entende onde deve procurar inimigos em cada um dos cenários, o jogo se torna algo bonito de ver. Quase como um filme de guerra e ficção científica, mesmo. O que ajuda nesse aspecto é que os gráficos são impressionantes, com a Havok sendo usada à perfeição. Então, com técnica aqui, você pode chamar seus amiguinhos para ir na sua casa e dizer “Ei, querem me ver jogando Vanquish? Eu garanto que vocês não vão se arrepender!”.

True story.

Mas, como nada é perfeito...

Sim, Vanquish tem falhas. Defeitos, por assim dizer. Um deles já foi citado lá em cima: a energia compartilhada da armadura, que limita muito os seus movimentos. Por exemplo, você não pode usar sliding para ir até um robô russo bastardo e enfiar a mão na cara dele, sem ser pego no recuo porque sua armadura superaqueceu. Eu gosto de pensar que o traje é um modelo experimental, então erros como esse podem acontecer. Mas é só um jeito de camuflar a verdade.



A segunda maior falha é que o jogo é muito curto. Tipo, MUITO curto. Coisa de cinco horas de jogo contínuas, sem contar mortes nem nada. Pensar que uma jornada curta dessas possa valer a pena é estranho. Mas o lance está no fator replay: Você vai gostar do fluxo do jogo, da jogabilidade, do jeito como ele passa. São cinco horas, mas não há momentos nulos ou vazios ou chatos. São horas de adrenalina e tiroteio ininterrupto.

Veredito:

Eu penso em Vanquish como um jogo teste. Uma preparação pro que pode vir a seguir. Um dos motivos pra isso eu já citei lá em cima: O fato da armadura ainda ser um protótipo. O outro é o gigantesco gancho que ele deixa no fim das contas. E o jogo todo parece com isso, com um experimento feito para testar uma modalidade nova de tiro em terceira pessoa. E eu digo que, nesse departamento, o jogo passa com louvou.

A outra associação que faço é que esse jogo mistura aspectos tanto ocidentais quanto orientais. É simplesmente magnífico ver, durante batalhas maiores, cenas que parecem saídas de um anime. Um dia eu falei que Vanquish seria uma combinação entre Bayonetta e Gears of War. Eu descobri que esse jogo tem uma pegada bem diferente. É algo mais parecido com um crossover entre Gears of War e Zone of the Enders. Pra quem jogou o último: High fives, você jogou um dos melhores títulos de ficção científica robótica de todos os tempos. E sim, estamos falando de uma rapidez em Vanquish que é daquele nível.

Por fim, Vanquish é uma personificação de jogos de tiro antigos, passados para um visual muito mais glorioso e cheio de cores. Sinceramente, tiveram momentos em que o sentimento da experiência remetia à Metal Slug, ou Contra. Rápido, com atos curtos, muitos tiros e muitos inimigos. É basicamente a mesma fórmula, se pararmos pra pensar.

Para a Platinum Games, eu digo “Por favor, vocês acertaram. Eu quero mais”.



Vanquish
Tiro em 3a pessoa
Desenvolvido pela Platinum Games e distribuído pela Sega
Playstation 3, Xbox 360
Utilizada a versão de Xbox 360 para essa resenha
História terminada uma vez, alguns Tactical Challenges feitos.

5 comentários:

  1. Estava em dúvida ao comprar esse jogo.

    Me animei com os trailers e tal, mas jogos de tiro puro-sangue (como Gears ou Halo) costumam me entendiar facilmente...

    Ai você disse "momentos em que o sentimento da experiência remetia à Metal Slug, ou Contra."

    Tudo agora parece valer a pena. Irei comprar esse jogo ainda hoje.

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  2. é hoje em dias estes tipos de jogos estão muito "famosos" entre os jovens !
    parabens pelo blog !

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  3. eu sou chegada num game... e tb não gosto de mouse e teclado, mas tb não me dou bem com o controle de play, só sei jogar nitendo! rsrs
    legal seu blog!

    XD

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  4. É uma versão meio jogada, sem inteira criatividade.

    Prefiro Bioshock 2 =D

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  5. Q foda velho....raramente encontro blogs com tema games, o q é lamentável....parabéns!\O/

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