Por Matheus "White" Carvalho
Estamos no mês das bruxas, meus caros.
De todas as coisas da cultura enlatada americana, o Halloween é com toda certeza meu favorito!
Claro, depois de burro-velho, parte da graça se perde por não ser mais socialmente aceitável ir para uma festa com uma fantasia do Batman ou de Cavaleiro do Zodíaco.
Sim! Eu era um garoto descolado que usava fantasias legais quando era pequeno!
Já que fui impedido desse tão estranho prazer, resolvi prestigiar essa data com algumas resenhas especiais nesse final de mês.
Então, sendo o bom copiador que sou, farei duas resenhas de uma das minhas séries favoritas!
CASTLEVANIA: DRACULA X CHRONICLES
Okay, me chame de clichezento, eu sei que estão todos falando de Castlevania atualmente, mas eu não ligo! Eu amo essa série e não tem melhor data para falar dessa série senão em Outubro.
Outra coisa, devo lembrá-los que em sua origem, castlevania era o mais próximo que tínhamos de um jogo de terror! Nada de goombas ou Ganondorf, você tinha que surrar fantasmas, vampiros e zumbis em sua aventura. Então, nada mais apropriado de postar essa resenha nessa época do ano.
Justificado minhas razões eu prossigo, não espero que concordem, apenas que as compreendam.
Retorno do Senhor do Castelo
Castlevania DXC é o remake feito para PSP do Rondo of Blood, jogo original do PC Engine e depois portado para o Snes com o nome de Castlenia: Dracula X.
Que fique claro: Esse é do tipo BOM de remake, o qual pega tudo o que já era bom do antigo jogo, e só lapida alguns pequenos detalhes para adequá-lo ao novo mercado de games, agradando assim gamers antigos e atuais.
Quem dera todos os remakes fossem assim.
Na essência, Castlevania DXC é o Rondo of Blood com gráficos modernos, esses que foram todos refeitos do zero. Personagens, inimigos e cenários, todos moldados em um belo 2,5D. Todo chefe do jogo agora tem uma pequena de introdução, assim como foi adicionado mais cenas para complementar ainda mais a história.
Fora a parte áudio-visual, as mudanças são reduzidas ao mínimo: caminhos estão levemente diferentes para incluir pequenos extras a serem caçados e foram adicionadas novas cenas dubladas para contar mais detalhadamente a história.
Outro ponto importante é que todas as cenas em anime foram trocadas por cenas em 3D, façamos um breve comparação das introduções:
Falem o que quiser mas eu amo esses gráficos de computador antigo com cores pasteis. Sei lá, é tão nostálgico... Mas vejam só: A nova entrada não perde em nada para antiga, ela consegue ser épica e sombria como ela deveria ser!
Isso foi um resumo e tanto, mas confiem em mim quando eu digo que o jogo todo é assim, representando exatamente o feeling do jogo original sem desrespeitar a memória dos fãs.
Outro ponto importante a ser observado que esse remake é baseado na versão original do Rondo of Blood, e não da versão de SNES (que é levemente piorada).
A criatura da noite caminha entre nós.
História e jogabilidade foram duas coisas que se manteram intactas com a conversão das versões.
Como vocês observaram bem nas introduções, Shaft, um sacerdote das trevas e seus seguidores fazem um ritual para trazer Drácula de volta a vida para começar mais uma vez seu reinado de terror.
Você assume o papel de Richter Belmont, um membro da família que está fadada a enfrentar o mestre das trevas pelas eras. Armado com a lendária Vampire Killer (que nesta versão é representada por uma corrente ligada a uma bola de espinhos) ele segue em busca não só para livrar o mundo das trevas, mas também de libertar sua namorada e todas as damas das garras do terrível Conde.
A história é épica, não ouse reclamar!
Rondo of Blood foi criado antes da série se tornar “Metroidvania”, então não temos equipamentos, mapas complexos ou upgrades, e eu digo que os produtores foram sábios em não alterar isso no remake.
Richter não possui as mesmas habilidades de Simon em Super Castlevania IV, ou seja, ele pode unicamente acertar frontalmente com seu chicote e também não pode movê-lo livremente. Ou seja, você não pode golpear para cima ou em diagonal, fazendo com que o machado se torne sua arma secundária favorita.
Ah é. Richter pode destruir objetos pelo cenário em busca de armas secundárias e corações, que servem como munição para elas. Temos facas que acertam diretamente e em linha reta (e são inúteis na maioria do tempo), Machados fazem uma parábola e são perfeitos para acertar inimigos longes ou aéreos, cruzes funcionam como bumerangue, Agua Benta como uma granada, Bíblia faz um movimento circular, perfeito para proteger de todas as direções e finalmente, temos o raríssimo relógio, que faz o tempo andar mais devagar.
Sim, não podemos acertar em todas as direções, mas se bem preparados, nossa guarda nunca ficará aberta.
E, para complementar, também é possível dar um mortal para trás, sendo sua ferramenta de esquiva principal no jogo (que é um verdadeiro salva vidas na maior parte do tempo).
Em certa fase, podemos tomar um caminho alternativo para libertamos a adorável Maria. Ela que insiste em auxiliar Richter em sua missão, sendo possível selecioná-la como personagem antes de cada missão.
Maria utiliza pássaros ao invés da Vampire Killer e em troca de todas as armas secundárias, temos os 4 animais místicos da mitologia chinesa (Azuloong, Genbu, Suzaku e Biakko, qualquer um que viu Digimon sabe disso) que funcionam de formas diversas.
O interessante é que ela tem duplo pulo, golpe mais veloz e também tem mais diversidade em suas armas do que o Richter, então, sim! Ela é uma personagem melhor do que ele em muitos cenários do jogo.
E é sempre agradável ver o poderoso Drácula ficar de joelhos perante uma menininha, não é?
E também o jogo manteve a dificuldade, e ora! O sobrenome de Castlevania é dificuldade! Uma verdadeira horda de monstros vem em sua direção e você precisa ter bom reflexos para sair ileso. Seu posicionamento deve ter precisão cirúrgica, um pixel para frente e você tomará o dano. Mas o pior de tudo é que quando você morre, não te passa aquele sentimento habitual de “JOGO IMPOSSÍVEL, EU TE ODEIO!” e sim de “Droga... se eu estivesse um pouco mais ao lado ou tivesse prestado mais atenção, eu conseguiria...”. Esse sentimento faz você tentar de novo e de novo, sempre com uma esperança inútil que se sairá melhor do que a última.
Você irá suspirar aliviado depois de passar de alguns chefes, eu garanto.
Mas sendo otimistas, ambos Richter e Maria têm um golpe especial que variam de acordo com a arma que estão usando. Esse golpe gasta muitos corações, mas tira um belo pedaço de vida de chefes e acertam praticamente a tela toda.
Você vai usar muito isso.
Muito, muito, muito.
Assim como no original, muitas fases tem rotas alternativas, essas que podem levar a itens secretos para abrir extras, as garotas perdidas que precisam ser resgatadas ou ainda para outras chefes e fases secretas. Isso tudo deixa o jogo bem “recheado”, te obrigando a passar pela fase mais de uma vez para encontrar todos os segredos dela (relembro que não existem upgrades, se você não conseguiu passar de uma parte é porque você é ruim e não porque ainda falta determinado item para conseguir passar).
Alias! Se você seguir direto até o Drácula, conseguirá apenas o final ruim. É necessário encontrar todas as garotas sequestradas antes de um determinado chefe para conseguir o final bom.
E, falando em final, uma outra jogada legal dos produtores foi a de renomear a última fase para “Bloodlines” e deixá-la idêntica ao prólogo de Symphony of the Night, aumentando ainda mais o clima de “sequência direta”.
Lágrimas Sangrentas
Além do gráfico, há outra mudança espetacular: O áudio!
Oh!
Castlevania é o tipo de jogo em que o Sound Test não é um extra inútil. Músicas são bem compostas e são simplesmente fantásticas. Sou capaz de ouvi-las por horas e horas sem reclamar.
Alias, eu vibrei quando ouvi Vampire Killer no VGL desse ano e Bloody Tears é o meu atual toque de celular.
Claro, as músicas e efeitos sonoros foram remasterizadas para usarem e abusarem todo potencial sonoro do PSP.
Mas não só as músicas que foram refeitas. O jogo agora acompanha uma elegante dublagem em todas as cenas, seja nas animações ou em simples conversas tanto do jogo principal quanto dos extras.
Isso é ótimo, mas eu admito que sinto falta do clássico: “WHAT IS A MAN?!”
...E esse é o meu toque para mensagens no celular.
Sim! Meu celular é o mais maneiro do mundo!
Uma última mudança a ser comentada é que todos os personagens ganharam um excelente banho de loja com uma arte fenomenal. Eu tenho esse jogo original aqui em casa e eu digo que passo horas apenas olhando o encarte, apenas apreciando as belas imagens.
As melodias da noite e do sangue
Como não poderia deixar de ser, um remake é especialmente dedicado aos fãs, então nada melhor do que inserir uma boa dose de extras para fazê-los felizes, não?
Conforme já tratado, no meio das fases, você deve procurar muito bem por itens secretos para liberar músicas para o Sound Test ou ainda, dois jogos originais para felicidade do jogador.
Primeiro, temos o Rondo of Blood original com apenas algumas alterações na dublagem, o que é ótimo visto que a maioria das pessoas desse lado do planeta jamais teve a oportunidade de jogá-lo.
E segundo, temos o tão famoso Symphony of the Night do Psone.
Alias foi uma jogada de marketing genial da Konami. Utilizar a popularidade de Symphony para chamar a atenção do público para um título menos conhecido foi uma idéia muito boa.
Symphony sofreu algumas mudanças singelas, também. Como eu já disse, tivemos uma redublagem geral nas falas (DIE, MONSTER.) e, assim como na versão para Saturn agora temos de enfrentar Maria como chefe e ela também pode ser usada como personagem além de Alucard e Richter, só que dessa vez, seu gameplay está praticamente o mesmo o do Rondo of Blood.
Veredito
Eu amo remakes desse jeito.
Ficou realmente muito bom o modo que eles reconstruíram o jogo com a tecnologia atual. Os gráficos ficaram melhores, os desings dos personagens ficaram melhores e as músicas ficaram melhores, isso sem TOCAR na base do jogo e seu gameplay.
E esse é o tipo de jogo que fica por um tempo com você, que simplesmente do nada bate aquela vontade de enfrentar novamente uma fase ou fazer algum outro caminho, apenas para ver se algo acontece de diferente.
Mas esse jogo traz uma dúvida consigo: Porque a Konami não faz mais desses remakes?
Sério! Eles já mais do que provaram que são capazes de faz a coisa direitinho, porque não continuar?
O Bloodlines do Genesis está simplesmente pedindo para ser refeito!
Imagina como seria incrível ver John e Eric varrendo as mais diversas abominações do mapa em 3D! E ainda, se precisassem de um game extra para chamar atenção, fizessem um port de Super Castlevania IV, aposto que muitos gostariam de revisitar esses jogos em seus PSP.
Por favor, Konami, atenda meus pedidos!
Castlevania: The Drácula X Chronicles
Publicado e desenvolvido pela Konami para o Playstation Portable em 2007.
Utilizada a versão americana para fazer o review.
História completa com todos os personagens, fases, jogos extras e finais abertos.
Só não digo 100% porque faltam duas ou três músicas.